Sem salto alto!
“…todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”
Lucas 18.14
Goste ou não de futebol, não há como negar que este clima de “copa do mundo” aos poucos vai tomando conta de nós. Nossas atenções estão voltadas para um dos maiores eventos esportivos do mundo, quando 32 países buscam a taça e o título de melhor time de futebol. O que geralmente escutamos (não apenas este ano), é que em se tratando de copa do mundo, ninguém pode subestimar o time adversário ao entrar em campo “achando” que a partida já está ganha. Em outras palavras, o time não pode entrar em campo “de salto alto”, ou seja, cheio de orgulho, arrogância e prepotência.
Orgulho é uma palavra que não combina com o discípulo de Cristo. O caminho para o céu é o caminho da humildade, da dependência total de Deus e do reconhecimento de que sem Ele, nada somos, nada podemos fazer, a não ser continuar nossa jornada como errantes enganados em nossos próprios pecados, totalmente distantes de Deus. Quando Jesus afirma no Sermão do Monte “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3), está ensinando que o reino dos céus pertencerá àqueles que, humildemente, clamarem ao Senhor como o publicano da parábola: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18.13).
Enquanto o fariseu “se achava demais”, o publicano tinha plena consciência de seu pecado e miséria. O orgulho deixa as pessoas soberbas ao “se acharem” demais: se acham insubstituíveis, melhores do que todos, estão sempre certos, não aceitam opiniões e querem ser o centro das atenções e por isso, pensam ser autossuficientes não precisando nem mesmo de Deus.
O humilde reconhece sua incapacidade, sua fraqueza e seus pecados. Tem plena consciência de que se não fosse a graça de Deus em sua vida, estaria totalmente perdido. Ele bate em seu próprio peito como sinal de sua humilhação e depois volta para casa justificado pela ação de Deus em sua vida, nunca pelos seus próprios méritos.
Dentro ou fora do campo, o orgulho nunca é bom, sempre atrapalha. Que Deus nos dê um coração verdadeiramente humilde. Afinal, Ele é a fonte de todo bem (Dt 8.17-18). Somos como neblina, que logo se dissipa (Tg 4.14). Nenhuma de nossas obras é boa por si só e, se fazemos algo de bom, é porque este caminho já estava preparado por Deus (Ef 2.10). A Ele, toda honra e glória!
Rev. Flávio Viola Machado